Afisa-PR

Não se pode mais perder o momentum para deflagrar a greve

É preciso que o fiscal agropecuário use em seu benefício o momentum adequado para deflagrar a greve por tempo indeterminado no âmbito da fiscalização agropecuária do estado

  

A recente e vitoriosa greve por tempo indeterminado dos fiscais agropecuários do Rio Grande do Sul (que a retomam em um momentum adequado em que o governo gaúcho "espera um parecer que avalizará a retirada da vacina" contra a febre aftosa) mostra aos do Paraná o quão urgente é a necessidade da deflagração de uma contundente ação reivindicatória sobre o governo Ratinho Junior que em um ano de mandato:  

 

1 — não honrou o constitucional reajuste geral anual1 de 2019 fato que aprofundou a real redução — atualmente acumulada em 17% — dos subsídios da carreira de fiscalização da defesa agropecuária;

2 — acabou com o histórico direito da licença-prêmio (tida por ele como "um privilégio") do fiscal agropecuário, substituindo-a pela ilusória "licença-capacitação";

3 — em uma única tarde, em uma sessão de deputados governistas que tornou-se singular por "tratorar" o regimento parlamentar, fez aprovar, em prejuízo da Previdência do fiscal agropecuário, idênticas regras "previdenciárias" contidas na draconiana Emenda Constitucional 103/2019 e

4 — fez aprovar no Legislativo o aumento da alíquota previdenciária para 14%, fato que acrescenta mais 3% de real redução em prejuízo do subsídio do fiscal agropecuário do estado.

 

Não há futuro sem a tomada de consciência crítica

É preciso que o fiscal agropecuário use em seu favor o momentum adequado para deflagrar a greve por tempo indeterminado no âmbito da fiscalização agropecuária do Paraná — apud o exemplo oferecido pela recente e vitoriosa greve dos fiscais agropecuários do Rio Grande do Sul.

É preciso também denunciar à sociedade do estado as notórias não conformidades existentes em detrimento da fiscalização agropecuária, sobre as quais querem "assentar" suas ambições politicistas-partidárias o governo em turno e do sindicalismo patronal ligado aos negócios da agricultura que o apoia.

 

Por que sistematicamente se perde o momentum da greve?

Quais os motivos que levam o sindicalismo que diz representar os fiscais agropecuários do estado a sistematicamente perder o momentum da deflagração da greve por tempo indeterminado no âmbito da fiscalização agropecuária do Paraná?

Esse sindicalismo optou pela cômoda "política da boa vizinhança" em benefício do governo em turno?

Esse sindicalismo sofre com a falta de autenticidade, autonomia, coragem e independência?

 

Momentum da greve: a atual, crítica e crucial necessidade da fiscalização interestadual do trânsito de animais

Visto que não existem fiscais agropecuários suficientes (para tentar "suprir" o número insuficiente de barreiristas), o governo Ratinho Junior esforça-se para "organizar" a fiscalização do trânsito interestadual de animais, a qual atualmente tornou-se crucial para que a antecipação do fim da vacinação contra a febre aftosa não venha a se revelar (no médio e longo prazo) uma catástrofe socioeconômica em prejuízo do estado. 

Caso não praticassem obtusa injustiça salarial contra a base da carreira própria do fiscal agropecuário do estado, os governos que transitam o poder não precisariam se socorrer no "esforço" para tentar "organizar" a fiscalização do trânsito interestadual de animais.

Sucessivos governos estaduais grotescamente teimam em não reconhecer que a inadequada sub-remuneração existente na base na carreira de fiscalização da defesa agropecuária é um fator limitante: em prejuízo das cadeias produtivas da agropecuária impede que o serviço público do estado — nesse adverso contexto de injustiça salarial de base foram-são-serão inócuas as nomeações para tentar suprir a carreira própria em questão — forme um quadro de fiscais agropecuários (especialmente os com formação em medicina veterinária) adequado, qualificado, estável e permanente.

 

O objetivo da greve: impactar economicamente!  

Não obstante os prejuízos econômicos que a deflagração da greve por tempo indeterminado no âmbito da fiscalização agropecuária pública implicaria contra as cadeias produtivas da agropecuária — porém, a considerar que é inaceitável aceitar que o governo estadual em turno continue a promover uma "política administrativa" de crescente desvalorização profissional com sub-remuneração de base em desfavor do fiscal agropecuário do estado —, a ocasião em que se exige extrema intensificação da fiscalização do trânsito interestadual de animais a fim de amparar o fim da vacinação contra a febre aftosa, é o momentum mais do que adequado para se deflagrar a greve por tempo indeterminado dos fiscais agropecuários do estado.  

Por que essa medida reivindicatória não acontece?

Quem são os responsáveis por essa falta de iniciativa?

O fiscal agropecuário com consciência crítica deve refletir sobre esse problema.

 

Sem mudança radical de atitude a desvalorização e sub-remuneração de base se perpetuarão pelos próximos anos

É urgente que o fiscal agropecuário com consciência crítica some forças em torno desta Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR) — cuja política associativa atua para resgatar a sua capacidade de deflagar a greve por tempo indeterminado — para seus justos e legítimos interesses sejam efetivamente e plenamente defendidos de maneira autêntica, autônoma e independente.

É urgente também que mais fiscais agropecuários do Paraná adquiram consciência crítica, pois no "plano" do devaneio, solidamente impregnado com as mais variadas ilusões como, por exemplo, a "da readequação da carreira própria por 'iniciativa' de comissionado de confiança de governo em turno", ou seja, a "do aumento fácil através de projetos de lei 'acordados' com o governo", que é premeditadamente disseminada pelo status quo e seus coligados com o objetivo de embotar e castrar a extraordinária força reivindicatória da categoria.

Esta Afisa-PR alerta que não existe espaço "que alicerce" as ilusões de reestruturação — ou seja, valorização profissional e justiça salarial na sua base2 — da carreira de fiscalização da defesa agropecuária dentro do atua contexto político que realisticamente mostra uma importante impossibilidade neste sentido; esta reestruturação só é possível caso a maioria dos fiscais agropecuários crie uma adequada e sólida consciência crítica e, com base nesta, promova rapidamente as ações reivindicatórias necessárias para conquistar plena valorização profissional e justiça remuneratória de base e capazes de impactar as ambições politicistas-partidárias dos governos em turno e do sindicalismo patronal ligado aos negócios da agropecuária. 

 

O politicismo-partidário não garante eficiente fiscalização agropecuária pública

O politicismo-partidário não garante — neste nível "só se conta" com o nada confiável "fator sorte" — nenhum avanço ou conquista pela fiscalização agropecuária pública; os avanços e as conquistas nesta seara só são-serão possíveis através de significativo investimento público, de adequada infraestrutura, de suficiente contingente de fiscais agropecuários e de autônoma e eficiente gestão pública. 

Por isso, é preciso que os fiscais agropecuários com consciência crítica, por intermédio desta Afisa-PR, exerçam a crítica construtiva para que no futuro, caso as "conquistas sanitárias" que hoje são comemoradas com pompa e circunstância pelo governo em turno, se transformarem em catástrofes socioeconômicas, a população compreenda que estas decorreram de falhas na gestão governamental em turno em detrimento da fiscalização agropecuária.

 

Batalha das ideias

A batalha das ideias travada por esta Afisa-PR tem como objetivo criar consciência crítica entre a maioria dos fiscais agropecuários: a estagnação do atual processo de perda de históricos direitos e a readequação — visto que apenas os constitucionais reajustes gerais anuais são incapazes de resolver o grave problema da sub-remuneração de base — da carreira de fiscalização da defesa agropecuária a visar plena valorização profissional com justiça salarial de base, somente é-será possível através de táticas e de estratégias e de luta da maioria pela preservação e ampliação de direitos em um ambiente associativo autêntico, autônomo e independente.

O fiscal agropecuário com consciência crítica não pode mais permitir que o politicismo-partidário de governos em turno o explore pela desvalorização profissional e pela sub-remuneração de base.

 

___________

1 O governo em turno propõe honrar a revisão geral anual de 2019 em três parcelas anuais — parcelamento obtido tão somente graças ao movimento reivindicatório unificado realizado por algumas categorias de servidores estaduais — ou seja, esse parcelamento na prática define sua injusta "política salarial" para até o final do seu mandato.

2 A prova que o governo em turno não tem interesse na valorização profissional com justiça salarial em favor do fiscal agropecuário do Paraná — portanto, cai por terra a ilusão disseminada "da readequação da carreira própria por 'iniciativa' ou 'apoio' de comissionado de confiança de governo em turno" — está no fato de que este sequer deu satisfação à proposta da Afisa-PR capaz de resolver (a um custo baixíssimo, visto que a carreira em questão envolve pouco contingente de fiscais agropecuários) o crônico e grave problema da sub-remuneração de base na carreira de fiscalização da defesa agropecuária que impede que o serviço público do estado tenha um quadro de fiscais agropecuários qualificado, adequado, estável e permanente.

 

Modificado em 26-1-2020 em 11:18