Afisa-PR

O uso de vacinas ilícitas e o surgimento de novas variantes do v-PSA

Peste suína africana (PSA): o aparecimento de novas variantes pode ser um contratempo para a China que se recupera de uma devastadora epidemia de PSA

 

Fontes ligadas à indústria de animais, novas variantes do vírus da peste suína africana (v-PSA) foram identificadas em suínos da China e podem ter como origem o uso de vacinas ilícitas. O aparecimento de novas variantes pode ser um contratempo para a China (o maior produtor de suínos do mundo) que se recupera de uma epidemia causada pela doença.

 

 

Duas novas cepas do v-PSA infectaram mais de mil porcas em várias criações de propriedade da New Hope Liuhe Co., a quarta maior indústria de suínos da China, bem como outros suínos que eram engordados para esta empresa por criadores contratados, conforme a notícia New China Swine Fever Strains Point To Use of Unlicensed Vaccines (por Dominique Patton) da Reuters  e 22 de janeiro de 2021. 

Embora as cepas, que não têm um ou dois dos principais genes presentes na estrutura do v-PSA, não sejam mortais aos suínos como é o vírus original dessa doença que devastou as criações da China em 2018 e 2019, elas causam uma doença crônica que reduz o número de leitões saudáveis nascidos. Na New Hope Liuhe Co., e em muitas outras grandes indústrias chinesas, os suínos infectados são sacrificados a fim de prevenir a propagação das variantes do v-PSA, medida sanitária que efetivamente torna a doença causada pelas variantes fatal para os suínos.

Não existe uma vacina legalmente aprovada para a PSA (doença que não é prejudicial aos seres humanos). Porém, muitos agricultores chineses, que lutam para proteger seus suínos dessa mortal doença, recorreram a vacinas não legalizadas, segundo disseram especialistas da indústria de animais. Estes especialistas temem agora que as vacinas ilícitas tenham criado variantes acidentais do v-PSA que agora se disseminam. 

As novas variantes do v-PSA podem proliferar globalmente por meio de carne contaminada, infectando suínos alimentados com restos de alimentos. O v-PSA tem potencial para sobreviver por meses em alguns produtos de origem animal.

Após décadas de pesquisa científica para a produção de uma vacina eficaz contra o enorme e complexo v-PSA, cientistas em todo o mundo se concentram em vacinas que contém vírus vivos — o único tipo de vacina que se mostrou promissora.

Porém, as vacinas que contém vírus vivos apresentam riscos maiores porque, mesmo depois que o vírus é enfraquecido, às vezes ele pode recuperar sua virulência.

Uma dessas vacinas foi usada na década de 1960 na Espanha e, como consequência, causou uma doença crônica que apresentou como sintomas articulações inchadas, lesões na pele e problemas respiratórios em suínos, contratempo que complicou os esforços que visavam erradicar a PSA nas três décadas seguintes. Desde então, nenhuma nação aprovou uma vacina eficaz para a PSA. 

 

Modificado em 22-1-2021 em 23:11

 

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