Afisa-PR
Opinião da DIREX: a realidade se impõe
A ausência de urgentes ações concretas e radicais capazes de forçar o governo a se mover e de criar uma alavanca objetiva que salve o que ainda é possível, significa estagnar a CFDA e entrar no beco sem saída
Transcendidos as jactâncias e os personalismos politicistas de ontem, o dia seguinte requer que os interessados conscientes aprofundem sua reflexão crítica da realidade que impacta negativamente a CFDA:
A realidade revela o achismo ilusório de que a condição de área livre de febre aftosa sem vacinação (assim como qualquer outro serviço) — um êxito não pleno, visto que a contraparte pública, que labora no campo e garante o longo prazo, é injustiçada — seria "deflagradora de imediata" valorização profissional com justiça remuneratória na CFDA.
Fiscal agropecuário estadual é "premiado" pelo governo do Paraná.
— Afisa-PR (@AFISAPR) July 7, 2021
A "premiação" pela recente conquista da área livre de febre aftosa sem vacinação se traduz pela manutenção do "congelamento" dos subsídios em prejuízo da carreira própria da categoria.
Em https://t.co/TKAJZrwlbK
Muito pelo contrário: todas as portas estão fechadas, principalmente até 31 de dezembro de 2021, até mesmo para a medida atenuadora na forma das negadas gratificações indenizatórias (acúmulo de função e lotação em unidades isoladas), por culpa da barreira neoliberal de leis anti-subsídios (apud Política Associativa).
Além do mais, os fatos são desfavoráveis à interpretação daqueles que acham que são imprescindíveis para o sistema. Vejamos: basta uma canetada governamental para inundar o sistema com temporários celetistas precarizados; depois ingressarão os novos estatutários precarizados por culpa da iminente "reforma” (sofisma para destruição) administrativa (que destruirá carreiras, subsídios, dificultará sobremaneira os institutos de desenvolvimento horizontal e vertical etc.) e, a pá de cal neoliberal, a iminente "modernização" (sofisma para descarada privatização) da fiscalização agropecuária pública. (É preciso perceber toda essa conjuntura administrativa/política adversa.)
Na atual quadra, a negação das necessárias ações concretas e radicais (ações tópicas e de pouco impacto, "negociações" com certos parlamentares etc. muito pouco resolverão) que impactam politicamente o governo e economicamente o agronegócio, significa que será muito difícil até mesmo a conquista de simples decreto autorizativo em favor da promoção e da progressão no âmbito da CFDA.
Como agravante, as consciências parecem continuar reféns da ideologia de "patrões" (mecanismo ideologicamente motivador): "primeiro os ônus, depois os 'bônus'".
Depõe contra essa ideologia o fato de que até agora [isto é: todo serviço passado] a hoje área livre de febre aftosa sem vacinação (e outros serviços) nada significou em termos de valorização profissional com justiça remuneratória. E duvidamos que significará, visto que o próprio governo admite que apenas os agricultores poderão ganhar com ela.
A escalada dos ônus e a aceitação passiva da contraparte injustiçada comprova a eficiência do mecanismo ideologicamente motivador, ferramenta que se mostra eficaz para perpetuar a aparência ilusória de que os ônus do presente "assegurarão" os "bônus” do futuro.
À ideologia de "patrões" soma-se o fetichismo (a parcialidade aliada do lado prejudicial) da também aparência ilusória que estabelece a capitulação da consciência crítica (a realidade não chega à consciência e os antagonismos/contradições imanentes não são conscientes) ao sistema de crescente injustiça.
A ausência de urgentes ações concretas e radicais capazes de forçar o governo a se mover e de criar uma alavanca objetiva que salve o que ainda é possível, significa estagnar a CFDA e entrar no beco sem saída.
Ora, ora... INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS "alicerçados" sobre uma CFDA com fiscais agropecuários de campo (na linha de frente) desmotivados, desvalorizados e injustamente remunerados e uma fiscalização agropecuária do estado precarizada, passível de terceirização e privatização!!??
— Afisa-PR (@AFISAPR) May 28, 2021
2-2| Paraná: agrocapitalistas esperam faturar com crescimento de 35% nas exportações de carne suína... e o fiscal agropecuário do estado o que recebe de contrapartida? Real redução salarial de 25,44%!!!
— Afisa-PR (@AFISAPR) May 30, 2021
Modificado em 09:27 em 28-5-2021