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Opinião da DIREX: a realidade se impõe

A ausência de urgentes ações concretas e radicais capazes de forçar o governo a se mover e de criar uma alavanca objetiva que salve o que ainda é possível, significa estagnar a CFDA e entrar no beco sem saída

 

Direx 18

 

Transcendidos as jactâncias e os personalismos politicistas de ontem, o dia seguinte requer que os interessados conscientes aprofundem sua reflexão crítica da realidade que impacta negativamente a CFDA:

A realidade revela o achismo ilusório de que a condição de área livre de febre aftosa sem vacinação (assim como qualquer outro serviço) — um êxito não pleno, visto que a contraparte pública, que labora no campo e garante o longo prazo, é injustiçada —  seria "deflagradora de imediata" valorização profissional com justiça remuneratória na CFDA.

 

 

Muito pelo contrário: todas as portas estão fechadas, principalmente até  31 de dezembro de 2021, até mesmo para a medida atenuadora na forma das negadas gratificações indenizatórias (acúmulo de função e lotação em unidades isoladas), por culpa da barreira neoliberal de leis anti-subsídios (apud Política Associativa).

Além do mais, os fatos são desfavoráveis à interpretação daqueles que acham que  são imprescindíveis para o sistema. Vejamos: basta uma canetada governamental para inundar o sistema com temporários celetistas precarizados; depois ingressarão os novos estatutários precarizados por culpa da iminente "reforma” (sofisma para destruição) administrativa (que destruirá carreiras, subsídios, dificultará sobremaneira os institutos de desenvolvimento horizontal e vertical etc.) e, a pá de cal neoliberal, a iminente "modernização" (sofisma para descarada privatização) da fiscalização agropecuária pública. (É preciso perceber toda essa conjuntura administrativa/política adversa.)

Na atual quadra, a negação das necessárias ações concretas e radicais (ações tópicas e de pouco impacto, "negociações" com certos parlamentares etc. muito pouco resolverão) que impactam politicamente o governo e economicamente o agronegócio, significa que será muito difícil até mesmo a conquista de simples decreto autorizativo em favor da promoção e da progressão no âmbito da CFDA.  

Como agravante, as consciências parecem continuar reféns da ideologia de "patrões" (mecanismo ideologicamente motivador): "primeiro os ônus, depois os 'bônus'".

Depõe contra essa ideologia o fato de que até agora [isto é: todo serviço passado] a hoje área livre de febre aftosa sem vacinação (e outros serviços) nada significou em termos de valorização profissional com justiça remuneratória. E duvidamos que significará, visto que o próprio governo admite que apenas os agricultores poderão ganhar com ela.

A escalada dos ônus e a aceitação passiva da contraparte injustiçada comprova a eficiência do mecanismo ideologicamente motivador, ferramenta que se mostra eficaz para perpetuar a aparência ilusória de que os ônus do presente "assegurarão" os "bônus” do futuro.   

À ideologia de "patrões" soma-se o fetichismo (a parcialidade aliada do lado prejudicial) da também aparência ilusória que estabelece a capitulação da consciência crítica (a realidade não chega à consciência e os antagonismos/contradições imanentes não são conscientes) ao sistema de crescente injustiça.

A ausência de urgentes ações concretas e radicais capazes de forçar o governo a se mover e de criar uma alavanca objetiva que salve o que ainda é possível, significa estagnar a CFDA e entrar no beco sem saída.

 

 

 

Modificado em 09:27 em 28-5-2021