Por Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR)

 


A substantivação auditor integra a nada racional articulação neoliberal que intenciona privatizar — já em curso no parlamento do Estado burguês — a fiscalização agropecuária pública (estatutária), ou seja: suspeitamos que a iniciativa privada fingirá que "fiscalizará" e os governos que estarão de plantão fingirão que "auditarão" o "processo" sob privatização. Privatizada, é desnecessário [com ou sem tal substantivação] valorizar e justamente remunerar os badalados auditores.

Tanto isso é uma verdade que, alguns dias atrás, os precursores de mais essa racionalização ideológica — centrados no economicismo ("aumento real de salário" baseado na ilusória "equiparação" com carreiras que melhor remuneram) e inábeis à análise política do contexto —, ensaiaram uma "'greve' light" por justiça salarial. Perguntamos: qual foi/é a "utilidade" prática, em termos de justiça salarial, a substantivação auditor?

Para nós essa substantivação é para inglês ver, útil à nefasta privatização neoliberal em curso; muito possivelmente um invólucro ludibriador a mais para "conferir um ambiente de 'seriedade'" à "fiscalização" que será [nacos seus já foram, inclusive, nesta província coronelista] transferida ao "controle" da iniciativa privada.

O fato é que muito dificilmente um dia a substantivação auditor materializará a ilusória "equiparação salarial" com outras carreiras que melhor remuneram; pelo contrário, inviabilizará ad aeternum (um efeito negativo duradouro da privatização neoliberal) qualquer movimento que vise melhorar as atuais remunerações em termos de valorização com justiça salarial.

 

Modificado em 30-1-2022 em 09:20