Por Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR)

 

  

Ontem (18) foi dia de greve nacional dos estatutários "menos iguais" dos três executivos contra a destrutiva e neoliberal PEC 32/2020 (racionalizada e vendida como "reforma").

Infelizmente, informações dão conta que no nosso métier não aconteceu nada de mais contundente.

E em um métier que tem potencial reivindicatório capaz de impactar politicamente e economicamente.

E o sindicalismo? A greve é uma obrigação do sindicalismo! Por que (cui bono?) em nosso métier não houve sequer greve branca? 

Ou a base representada foge da briga porque se conformou à situação?  

Ou a base representada não quer melindrar do governo [sic!] porque acredita que a "via negociada" (mistificação!) com governo [sic!] neoliberal "resolverá o problema salarial" mediante "projeto milagroso"?

Não é uma boa ideia acreditar na hipótese "de sucesso" de um "projeto milagroso" na iminência da aprovação da PEC 32/2020 que gerará um contexto no qual apenas a carreira exclusiva de estado terá chance de sobreviver!

Portanto, a tal "reforma" definirá qual carreira sobreviverá aos seus rigores, logo, a desnorteante racionalização do balaio de gatos é totalmente inviável e a "salvação de todas as carreiras" em nenhuma hipótese acontecerá, muito menos mediante "projeto milagroso".

Dispense toda atenção para sua carreira própria: brigue para que ela seja mantida como exclusiva de estado no cenário (de terra arrasada) de pós-"reforma" e, desta forma, mantenha viva a condição singular que possibilitará seu pleno desenvolvimento (valorização e justiça salarial). 

Nenhum governo [sic!] neoliberal quer "negociar" e muito menos "resolver problemas"; governo [sic!] neoliberal atua ideologicamente para desmontar o serviço público estatutário estruturado (com base no falecido "estado de bem-estar social") nos moldes constitucionais de 1988.

Contra a memória curta da maioria, recordamos que esses governos [sic!] neoliberais já desmontaram (a EC pá de cal que faltava) a Previdência pública dos estatutários "menos iguais" que também era estruturada nos moldes constitucionais de 1988.

Alertamos: a tal "via negociada" não tem qualquer chance de sucesso! Os tempos são outros!

Trate de esquecer a mistificação da "negociação": ela foi formulada e disseminada para pacificar um ambiente com capacidade de interferir politicamente e economicamente e embaçar qualquer movimento reivindicatório mais agudo. 

Trate de refletir sobre o tipo de entidade/liderança que deseja!

Deseja "entidade/liderança" que pacifique e mistifique a "via negociada" em benefício de um inviável "projeto milagroso"? 

Ou deseja entidade/liderança independente e disposta à crítica contestatória construtiva e ao enfrentamento radical capaz de retirar a carreira própria do limbo da desvalorização e da injustiça salarial?

Seu inimigo é ideológico e atua contra seus justos e legítimos interesses não por uma questão de orçamento (pois existe recurso); sua Previdência pública já foi desmontada; uma verdadeira mesquinharia é promovida contra sua promoção/progressão; seu subsídio vale menos 25,44%; no ano que vem não haverá RGA (algo gravíssimo, pois a inflação galopa); históricos direitos foram/serão surrupiados; cobram mais e mais serviço de uma estrutura debilitada; obrigam a prestação do serviço essencial (racionalizam um artificial ambiente de "normalidade") em uma conjuntura mortal de pandemia com pandemônio etc. etc.

E você ainda acredita em pacificação e "via negociada"?

E você ainda acredita que adesão humilhante ao governismo "resolverá os seus problemas"? 

E você ainda acredita em "salvação geral" pelo balaio de gatos?

Acredite: só lhe restou brigar pela preservação/desenvolvimento da sua carreira própria, exclusiva de estado, com poucos integrantes!

Conscientize-se! É para o seu bem!