Por Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR)
A criação, idealizada e oferecida pelos "espertalhões", nesses tempos onde a vaca foi para o brejo, é muito útil ao status quo hegemônico: vender distopias/ilusões; tirar o foco da verdade; anular ou retardar qualquer esforço coletivo consciente e racional que era movido dentro da realidade, portanto, das possibilidades.
Fiscal agropecuário estadual é "premiado" pelo governo do Paraná.
— Afisa-PR (@AFISAPR) July 7, 2021
A "premiação" pela recente conquista da área livre de febre aftosa sem vacinação se traduz pela manutenção do "congelamento" dos subsídios em prejuízo da carreira própria da categoria.
Em https://t.co/TKAJZrwlbK
Entenda:
O jogo já foi jogado. Todos perderam o jogo, ante a total impossibilidade de que o neoliberal governo em turno revogue toda a vasta legislação anti-salário (que é política de governo!) vigente.
Falta ainda a [iminente!] publicação de mais uma legislação anti-salário (iminente) que emergirá do PLC 19/2020.
Sem falar do muito provável calote contra a 2ª parcela da data-base de 2019: a maioria sequer leva em conta que é a falta da data-base o maior dos problemas, ainda mais que a inflação ensaia galopar!
Sem falar ainda da iminente [literal] destruição — o golpe de misericórdia — do serviço público estatutário do executivo através da ultraneoliberal "reforma" administrativa.
Aliás, para refrescar a memória coletiva, a partir do próximo ano surgirão as primeiras e trágicas consequências da [d]eforma previdenciária.
A maioria é faísca atrasada (aliás, é pólvora molhada, nem faísca acende)... opta por "correr atrás" (isto é deliberado?) do irreversível prejuízo (advindo da política neoliberal em curso) depois que ele foi estampado no diário oficial.
Diante dos prejuízos já consolidados, ainda assim, existem contornos viáveis: estes há muito tempo (pois em 2015 já antevíamos o avanço neoliberal contra os estatutários do executivo) já foram adiantados pela Afisa-PR; mas, claro, caíram em ouvidos moucos.
Aliás, o fato de a maioria estar irremediavelmente1 imersa na desinformação e na distopia/ilusão, ou seja, confiando nas promessas de "reversão" do prejuízo já consolidado ou, pasmem, da falsa percepção da "reversão por força judicial", ou seja, ainda se prefere jogar dinheiro (e que dinheiro!) fora, é impossível (por isso o lavar as mãos) "formular" qualquer contorno possível, é impossível mediá-los ou esquematizá-los no consciente da maioria, pois desconfiamos seriamente que esta não tem condições de passar a ter um mínimo de reflexão crítica.
Em meados de 2027, pelo andar da carroça, com todos no pauperismo (após anos sem data-base), pode ser que alguns acordem para a realidade.
Agora é tarde (restaram os contornos, apenas, e olhe lá)!
Já fizemos a nossa parte. Já lavamos as nossas mãos.
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1 Quando a realidade está bloqueada e não há condição de agir, o sujeito se enxerga preso, então ele age, ele quer fazer alguma coisa (é o praticismo, apud Adorno). É o "agir" sem pensar com reflexão crítica.