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O vírus SADS-CoV

Infortúnio da natureza ou mais uma consequência originária do "modelo" intensivo de exploração capitalista aplicado às atividades neoagropecuárias?

 

Uma pesquisa feita pela Universidade da Carolina do Norte (EUA) sugere que a cepa coronavírus que atingiu a indústria suína também apresenta potencial de se espalhar para humanos.

 

 

O coronavírus, que causa a síndrome da diarreia aguda em suínos (SADS-CoV), "pulou" de morcegos e infectou (é transmitida através das fezes de morcego-de-ferradura-grande) suínos em toda a China desde que foi descoberto pela primeira vez em 2016. Esse vírus é especialmente fatal para leitões. Surtos do vírus SADS-CoV têm potencial para causar prejuízos econômicos em países dependentes da exploração da indústria suína, segundo a notícia Revelan que un coronavirus 'porcino' que causa enfermedad gastrointestinal en animales, puede replicarse en humanos do RT de 14 de outubro de 2020.

A ameaça potencial do SADS-CoV aos seres humanos foi demonstrada em testes laboratoriais que revelaram sua eficiente replicação em células humanas hepáticas e intestinais, bem como células das vias aéreas, de acordo com o estudo Swine acute diarrhea syndrome coronavirus replication in primary human cells reveals potential susceptibility to infection publicado em 12 de outubro na revista científica Proceedings of the National Academy of Scienses of the United States of America (PNAS).

Embora pertença à mesma família de betacoronavírus SARS-CoV-2, que causa em humanos a doença Covid-19, o SADS-CoV é um alfacoronavírus que [por enquanto] causa doenças gastrointestinais em suínos.

"Embora muitos pesquisadores se concentrem no potencial emergente de betacoronavírus como SARS e MERS, o alfacoronavírus pode realmente ser uma preocupação igualmente importante, se não maior, para com a saúde humana, dado seu potencial de saltar rapidamente entre as espécies", disse o virologista Ralph Baric, professor de epidemiologia da Gillings School of Global Public Health, ligada à Universidade da Carolina do Norte (EUA).

Em seu estudo, o professor Baric e seus colegas investigaram o risco do chamado "transbordamento", ou seja, a transferência de um vírus de um portador não humano para seu primeiro portador humano, ou o chamado "paciente zero", do SADS-CoV.

 

 

Para estudá-lo, os pesquisadores infectaram vários tipos de células sintéticas com o SADS-CoV e monitoraram como o vírus se replica e se espalha.

O estudo revelou que uma ampla gama de células mamíferas, incluindo células intestinais e pulmonares primárias, são suscetíveis à infecção pelo vírus SADS-CoV.

No entanto, a equipe observou que, ao contrário do SARS-CoV-2, ao invés das células pulmonares, o SADS-CoV é capaz de se replicar mais rapidamente nas células intestinais.

 

Agrocapitalismo e disseminação de zoonoses com potencial pandêmico

Conforme a notícia Protecting nature is vital to escape 'era of pandemics' – report do The Guardian de 29 de outubro de 2020, o mundo está em uma "era de pandemias" e, a menos que a destruição planetária da natureza seja interrompida, elas emergirão com mais frequência, se espalharão mais rapidamente, matarão mais pessoas e afetarão a economia global com um impacto mais devastador do que nunca, de acordo com um relatório de alguns dos principais cientistas do mundo.

 

 

 

O surgimento de doenças como Covid-19, gripe aviária e HIV [que "pularam"] de animais foi inteiramente impulsionado pela destruição de áreas naturais [expansão do agrocapitalismo] para a agricultura e o comércio de espécies selvagens, o que colocou as pessoas em contato com patógenos perigosos, disseram os especialistas.

"O risco de pandemias está aumentando rapidamente, com mais de cinco novas doenças surgindo nas pessoas a cada ano, qualquer uma das quais com potencial para se tornar uma pandemia", diz o relatório.

 

  

Variante do Ébola RESTV pode infectar suínos

Conforme a notícia Confirman que una variante del virus del Ébola es capaz de infectar a los cerdos y podría transmitirse a los seres humanos do RT de 24 de dezembro de 2020, pesquisadores estadunidenses descobriram que uma variante do Ebola, chamada Reston ebolavirus (RESTV), é capaz de infectar suínos, os quais sofreram de graves doenças respiratórias. O estudo não descartou que humanos também possam ser infectados pelo RESTV.

O relatório publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences foi realizado por cientistas do National Institutes of Health (EUA), que expressaram preocupação com a possibilidade de os suínos tornarem-se "hospedeiros provisórios ou de amplificação dos ebolavírus".

 

Modificado em 15-10-2020 em 23:05

 

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29-4-2021 - Brasil de Fato & Agronegócio traz "junção perfeita" para o surgimento de epidemias, diz infectologista [Epidemiologista evolutivo norte-americano explica as relações entre desmatamento, agronegócio e aparecimento de doenças. Não é de hoje que o epidemiologista evolutivo Rob Wallace alerta para a relação entre o agronegócio e o surgimento de patógenos mortais aos seres humanos. No livro "Big Farms Make Big Flu", de 2016 – lançado no ano passado em português como "Pandemia e Agronegócio" –, ao analisar surtos do vírus influenza em fazendas de porcos e aves, o norte-americano comparou o vírus a furacões e escreveu, em tom quase premonitório, que "um Katrina de influenza poderia estar engrossando seus braços na fila das epidemiologias". (...)]

17-11-2020 - Instituto Humanitas Unisinos (IHU) & "As vacinas podem ajudar, mas é preciso intervir para que a covid-19 não seja seguida pela covid-20, covid-21, etc.". Entrevista com Rob Wallace [As universidades neoliberais criam "especialistas" para servir às necessidades do poder, esse lugar onde são definidos quais são os problemas e a direção das pesquisas. É preciso mudar as perguntas, delinear novos problemas, diz o filósofo Slavoj Žižek. Rob Wallace é um desses cientistas que fazem perguntas incômodas para o capital. Biólogo evolutivo, ecólogo e pesquisador na Universidade de Minnesotta [Estados Unidos], em 2016, publicou "Big Farms make big flu", onde previa o surgimento de pandemias como a atual, aceleradas pelas transformações capitalistas das últimas décadas. O livro acaba de ser publicado em espanhol ("Grandes granjas, grandes gripes", Capitán Swing, 2020). Em simultâneo, publica-se em inglês "Dead Epidemiologists" (2020), dedicado inteiramente à crise da covid-19. A entrevista é de Josefina L. Martínez, publicada por El Salto, 16-11-2020. A tradução é do Cepat. (...) Ressalta que é preciso reajustar a visão acerca dos processos que estão na base da extensão dos novos vírus: processos pelos quais organismos vivos se transformam em mercadorias que percorrem cadeias de valor, em diferentes regiões. Qual é a responsabilidade das grandes multinacionais nesta crise? A agricultura capitalista exerce seu papel de duas maneiras: na China, está expandindo as fronteiras silvestres. Mas não se trata apenas da China. Grande parte do investimento estrangeiro provém de outras partes do mundo. Você tem por exemplo o Goldman Sachs, que investiu 3 bilhões de dólares em granjas de frangos na China. Tivemos também surtos de vírus nas redondezas da Cidade do México por causa de gripes que estavam circulando em granjas de propriedade norte-americana. Na Europa, tiveram o H5NX e não nos esqueçamos do Zika no Brasil. Ou seja, os patógenos estão emergindo em todo o planeta, não é apenas um fenômeno chinês. Este é um fenômeno global. A economia natural anterior foi transformada em uma agricultura industrial, um processo no qual os alimentos são considerados como qualquer outro insumo e os animais são tratados antes como mercadorias do que como animais. O problema é que, no curso desta industrialização da produção de alimentos, também foram industrializados os patógenos que circulam ao redor deles, razão pela qual se tornaram mais perigosos, mais mortíferos, mais contagiosos e capazes de se transmitir rapidamente de uma ponta à outra do planeta. (...)]

11-11-2020 - BBC News Brasil & De onde virá a próxima pandemia? [A covid-19 já devastou muitas vidas e também a economia global, mas não é a primeira vez que um vírus ameaça o mundo. Grandes surtos de Sars, gripe suína, Mers e Ebola também ocorreram desde o início do século. (...) Podemos ignorar essas ameaças?]

10-11-2020 - BBC News Brasil & Por que animais usados em casacos de pele estão virando preocupação na pandemia — e colocando dúvidas sobre o futuro das vacinas [Usados na indústria de pele animal, os visons estão se tornando uma preocupação crescente na Europa por seu papel na transmissão do coronavírus. Até agora, seis países relataram surtos de coronavírus em criações destes mamíferos: Holanda, Dinamarca, Espanha, Suécia, Itália e os Estados Unidos. Surgem também indícios de que o vírus pode estar migrando destes animais para humanos — uma variante do vírus, alterada por mutações e detectada em pacientes na Dinamarca, foi previamente encontrada em visons na Holanda. É o que diz o professor Wim van der Poel, pesquisador em veterinária da Universidade de Wageningen. Ele afirma que dados genéticos coletados na Holanda mostram um caso anterior desta mutação em uma criação de visons no início de maio. (...)]

17-10-2020 - Diário de Notícias & SADS-CoV. Há mais um coronavírus que pode infetar humanos [Depois do SARS-CoV-2 foi agora identificado o SADS-CoV que tem causado doenças em suínos. O que os cientistas descobriram é que também tem potencial para infetar humanos. Há outro coronavírus com potencial para atingir os humanos. Chama-se SADS-CoV - o que está a causar a pandemia de covid-19 é o SARS-CoV-2 - e afeta os porcos, por isso, é designado de síndrome da diarreia suína. O que investigadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, anunciaram esta semana é que a cepa de um novo tipo de coronavírus afeta os porcos e pode ser replicado em células do fígado e dos intestinos humanos, bem como em células das vias aéreas. Como não há casos reportados em humanos, desconhecem-se quais podem ser os efeitos da doença. Avança-se que a maior probabilidade de passar dos animais para os humanos será através do contacto - os tratadores e criadores de porcos são assim quem corre maior risco. O vírus Sads-CoV começou a infetar criações de suínos na China em 2016. A diarreia e os vómitos são os sintomas mais frequentes nos animais, sendo que os leitões são mais afetados que os adultos - o vírus causou a morte a 90% das crias que o contraíram. (...)]

14-10-2020 - Science Daily & Swine coronavirus replicates in human cells [Scientists reveal potential of swine coronavirus jumping from animals to people. New research from the University of North Carolina at Chapel Hill suggests that a strain of coronavirus that has recently alarmed the swine industry may have the potential to spread to humans as well. The coronavirus strain, known as swine acute diarrhea syndrome coronavirus (SADS-CoV), emerged from bats and has infected swine herds throughout China since it was first discovered in 2016. Outbreaks of such an illness have the potential to wreak economic havoc in many countries across the globe that rely on the pork industry. The virus' potential threat to people was demonstrated in lab tests that revealed SADS-CoV efficiently replicated in human liver and gut cells, as well as airway cells. The findings were published Oct. 12 in PNAS. (...)]

14-10-2020 - Daily Mail & Strain of coronavirus that causes severe diarrhoea and vomiting in pigs and has been infecting swine herds in China since 2016 'could spread to humans', study finds [Originally transmitted to pigs from bats, SADS-CoV most badly affects piglets. A wide outbreak would have the potential to devastate the livestock industry. Researchers from the US tested the virus' potential to infect other animals' cells. They found that SADS-CoV can replicate in human airways, livers and intestines. However, the broad antiviral remdesivir appears primising as treatment. A strain of coronavirus that has been infecting pigs in China since 2016 — causing them severe diarrhoea and vomiting — could spread to humans, a study has warned. The strain — 'swine acute diarrhoea syndrome coronavirus', or SADS-CoV — is thought to have come from bats, and has been concerning the livestock industry. It is most dangerous to piglets. A wider outbreak of SADS-CoV could cause severe economic damage in those countries that rely on pork production and sales. (...)]

21-8-2020 - Food Navigator & Food and pandemics: Is intensive animal farming the 'single most risky human behaviour'? [A recent report has indenfified the eating and farming of animals as the single most risky human behaviour in relation to pandemics. The European Centre for Disease Prevention and Control, however, is nor convinced]

17-8-2020 - O joio e o trigo & Desconfinar os animais para desconfinar a humanidade [A picanha da JBS aos domingos ou uma vida "normal"? A escolha não parece difícil. Mas a questão é muito mais profunda e a chance de falsas soluções é grande. (...) Vamos, por um segundo, acreditar na tese de Huck de que existe um agronegócio bonzinho. Para ficar só nas notícias das últimas semanas: – a Fiocruz avisou a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o surgimento de uma nova variedade de um vírus influenza H1N2 no Paraná; a variedade saltou de um porco à funcionária de um frigorífico em Ibiporã; dos 26 tipos de H1N2 detectados desde 2005, dois surgiram no Paraná, ambos a partir de frigoríficos de suínos. – mesmo diante da notícia, corporações pressionaram o governo do Paraná a revogar as medidas de prevenção adotadas diante da pandemia. E, claro, conseguiram. – uma investigação da Repórter Brasil mostrou como a JBS compra gado de fazendas desmatadoras da Amazônia. – o The Intercept mostrou como a empresa força os trabalhadores a usarem a mesma máscara por cinco dias. Ênfase: máscaras que custam pouquíssimo, praticamente nada à corporação. Com uma ficha dessas, nem faz falta recordar do episódio no qual o dono da JBS papeia sobre subornos com um presidente da República em plena madrugada de Brasília. Tem que manter isso daí, viu? Não, tem que mudar isso daí. O interessante, para não dizer o cruel, é que as mesmas corporações que criam o problema estão em ótima posição de lucrar com ele. Mais de uma vez. As tentativas de neutralizar a narrativa sobre os problemas da criação de animais confinados, convertendo-os numa mera questão de selos de boas práticas, são apenas o exemplo mais evidente. (...)]

10-8-2020 - Brasil de Fato & Agronegócio e o coronavírus: uma ligação pra lá de suspeita [A destruição do meio ambiente para produção de itens como carne e soja liberta vírus e doenças desconhecidos. O agronegócio não é pop, como diz a propaganda oficial na maior rede de televisão aberta. O agronegócio mundial consome 2,3 bilhões de quilos de agrotóxicos, ou seja, veneno, e 80% de 1,5 bilhão de hectares de terra do planeta. Sem contar a água para irrigação muito usada na Ásia. Em 2018, 12 milhões de hectares de florestas tropicais foram substituídas por soja, dendê ou pasto para boi. Brasil e Indonésia – maior produtor de óleo de palma – responderam por 46% do desmatamento. No relatório da ONU de 2019 sobre a situação das espécies vegetais e animais no mundo aponta: "Um milhão de espécies de animais e plantas enfrentam risco de extinção. 25% das espécies de plantas e animais estão vulneráveis. 559 das 6.190 espécies domesticadas de mamíferos usados para alimentação e agricultura foram extintas. A poluição marinha por plástico aumentou 10 vezes desde 1980 afetando 267 espécies. Todos os anos despejamos de 300 a 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lama tóxica e outros resíduos nas águas do planeta." (...)]

10-8-2020 - Brasil de Fato & Petersen: "A crise do coronavírus escancara os limites do capitalismo" [Pesquisador aponta as relações entre o agronegócio e a pandemia do coronavírus e defende a viablidade da Agroecologia. Grandes unidades de abate e processamento de carne de gado, de porcos e de aves são apontadas como focos de propagação do vírus Sars-CoV-2 em países como França, Estados Unidos e Brasil - não por coincidência, alguns dos maiores epicentros mundiais da pandemia. "Ao fim e ao cabo, a crise do coronavírus escancara os limites do capitalismo neoliberal como modelo de gestão política e econômica das sociedades contemporâneas", aponta o pesquisador e coordenador executivo da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, Paulo Petersen, que atualmente compõe a coordenação executiva do projeto "Ação Coletiva Comida de Verdade: aprendizagem em tempos de pandemia", uma iniciativa de mapeamento e sistematização das experiências de abastecimento alimentar pelo Brasil. (...)]

27-7-2020 - Metrópoles & Virologista da Fiocruz alerta sobre potencial pandêmico de novo influenza [O vírus transmitido por porcos foi encontrado pela primeira vez no Paraná, em uma trabalhadora de um matadouro. A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira disse que o "Brasil precisa estar alerta" para as consequências do vírus A H1N2, encontrado no estado do Paraná. (...) A virologista ressaltou que os influenza são altamente contagiosos e a população não tem imunidade contra eles. A equipe de Marilda busca por casos locais para descobrir o grau de risco do A H1N2. Os cientistas analisam 3 mil amostras de moradores de Ibiporã e Londrina que tiveram doença respiratória nos últimos meses que não foram diagnosticadas como Covid-19. (...)]

11-7-2020 - BBC News Brasil & Coronavírus: doenças que passam de animais ao homem aumentam sem proteção ao meio ambiente, alerta ONU [As zoonoses — como são conhecidas as doenças que passam de animais para humanos — estão aumentando e seguirão nessa tendência se não houver uma ação coordenada para proteger a vida selvagem e o meio ambiente, alertam especialistas da ONU em um relatório. Eles culpam a alta demanda por proteína animal, a agricultura insustentável e as mudanças climáticas pelo aumento da quantidade de doenças como a covid-19, causada pelo novo coronavírus. (...)]

30-6-2020 - RT & Una nueva cepa de gripe porcina con el potencial de convertirse en pandemia, descubierta en China [Hasta el momento, los especialistas no detectaron su transmisión de una persona a otra, pero sugieren que puede adaptarse y obtener esta capacidad. Un grupo de investigadores ha alertado en su último estudio sobre el brote de una nueva cepa de gripe porcina en China, que tiene el potencial de convertirse en una pandemia. En el marco de su investigación, cuyos resultados fueron publicados este 29 de junio en la revista Proceedings of the National Academy of Sciences, los especialistas analizaron más de 30.000 hisopos nasales, tomados de animales entre los años 2011 y 2018, y determinaron una infección con 179 virus de gripe porcina. De acuerdo con los científicos, el virus de la cepa G4 "ha mostrado un fuerte aumento desde el 2016 y ese es el genotipo predominante en la circulación en cerdos detectado en al menos 10 provincias". La revista Science indica que la cepa en cuestión es el resultado de la combinación de otras tres: una semejante a las que fueron detectadas en los pájaros en Europa y Asia, el H1N1 que provocó la pandemia de gripe en el 2009 y otro tipo de H1N1 que apareció de una mezcla de los virus de la gripe aviar, humana y porcina. (...)]

30-6-2020 - OutrasPalavras & Outro vírus pode saltar para os humanos [Alerta de cientistas chineses sobre nova gripe suína não precisa, por ora, provocar temor. Mas ajuda a compreender como a pecuária industrial favorece as pandemias. E mais: as corporações farmacêuticas especulam (muito!) com a covid-19. UMA NOVA PANDEMIA, MAS NÃO AGORA Um estudo publicado ontem no periódico Proceedings dof the National Academy of Sciences deixou muita gente de cabelo em pé. Não é para menos. Nele, cientistas chineses descrevem a descoberta de uma variante do vírus da gripe em porcos, com potencial para gerar uma pandemia. E o que poderia ser pior do que uma nova pandemia dentro da pandemia? A identificaçãode patógenos em animais com potencial de infectar humanos não é nada rara. Centenas ou milhares de animais de criação são sacrificados cada vez que isso ocorrre. Este ano mesmo, já durante a pandemia de covid-19, aconteceu na Alemanha e nas Filipinas, quando dois subtipos diferentes de gripe aviária foram encontrados em criações de frango e codorna, respectivamente. Criações de porco são consideradas especialmente dignas de atenção porque os vírus podem saltar com relativa facilidade desses bichos para seres humanos – embora, depois disso, a transmissão entre humanos seja incomum. No estudo em questão, os cientistas analisaram porcos em matadouros de dez províncias chinesas entre 2011 e 2018 e encontraram 179 vírus da gripe suína; a partir disso, viram que a variação G4 EA H1N1 (um nome provisório) era cada vez mais comum, tornando-se dominante desde 2016. Trata-se de um rearranjo de três linhagens: uma semelhante às linhagens encontradas em aves europeias e asiáticas; o H1N1 que causou a pandemia de 2009 e matou pelo menos 18 mil pessoas; e um H1N1 norte-americano que tem genes de vírus influenza aviário, humano e suíno. O que deixou os cientistasmais preocupados dessa vez é que o G4 já parece ter uma alta capacidade de infectar seres humanos. Sua estrutura molecular é parecida com a da variedade que causou a pandemia de 2009, e ele também foi capaz de infectar células humanas em laboratórios. Além disso, infectou bem furões, que têm padrão de vulnerabilidade similar ao de humanos. Mas a pior evidencia vem de que testes em 338 trabalhadores da indústria de carne suína: mostraram que 10% desses trabalhadores apresentaram anticorpos, já tendo sido portanto infectados. Além disso, a reportagem da Science reforça que o núcleo do G4 é um vírus da gripe aviária – para a qual qual os humanos não têm imunidade – com pedaços de cepas de mamíferos misturados. Agora, vamos às boas notícias. Em sua conta to Twitter, a virologista Angela Rasmussen, da Universidade de Columbia, explica que para se tornar um patógeno humano (bem antes de gerar uma pandemia) um vírus precisa entrar nas células humanas, se reproduzir, se multiplicar, transmitir para outro hospedeiro e causar uma doença. (...)]

29-6-2020 - RFI & Nova cepa do vírus da gripe suína pode provocar futura pandemia [Um grupo de pesquisadores descobriu uma nova cepa do vírus da gripe suína na China que apresenta todas as características capazes de provocar uma futura pandemia. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (29) na revista científica americana PNAS. O vírus se chama G4 e descende do H1N1, que gerou a epidemia de 2009Segundo os autores, que integram universidades chinesas, ele possui todos os "traços" essenciais que geram uma grande adaptabilidade para contaminar os humanos. Para chegar a essa conclusão, os cientistas colheram entre 2011 e 2018, 30 mil amostras de secreções nasais de porcos dos abatedouros de 10 províncias chinesas e de um hospital veterinário. (...) Rebanhos podem ser fontes de futuras pandemias - Testes in-vitro também mostraram que a imunidade obtida no contato com outros vírus humanos da gripe comum não protegiam contra o G4. Outra má-notícia é que cerca de 10% dos trabalhadores e de pessoas que trabalhavam com os porcos foram contaminados, segundo os testes sanguíneos para detecção de anticorpos. (...)]

29-6-2020 - BBN News & Novo vírus da gripe com 'potencial pandêmico' é encontrado na China [Uma nova cepa do vírus da gripe com potencial de causar uma pandemia foi identificada na China, segundo um novo estudo. Essa linhagem surgiu recentemente e tem os porcos como hospedeiros, mas pode infectar seres humanos, dizem os autores da pesquisa.Os cientistas estão preocupados com o fato de que ela poderia sofrer uma mutação ainda maior e se espalhar facilmente de pessoa para pessoa e desencadear assim um surto global. (...) Qual é o perigo? O vírus, que os pesquisadores chamam de G4 EA H1N1, pode crescer e se multiplicar nas células que revestem as vias aéreas humanas. Eles descobriram evidências de infecção recente em pessoas que trabalhavam em matadouros e na indústria suína na China. As vacinas contra a gripe atuais não parecem proteger contra isso, embora possam ser adaptadas para isso, se necessário. Kin-Chow Chang, que trabalha na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, disse à BBC: "No momento estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos". Embora esse novo vírus não seja um problema imediato, ele diz: "Não devemos ignorá-lo". (...)]

26-6-2020 - Instituto Humanitas Unisinos (IHU) & Gestando a próxima pandemia. Artigo de Silvia Ribeiro ["É hora de acabar com este sistema agroalimentar absurdo e prejudicial, que beneficia apenas as empresas. É o principal fator da mudança climática, e apesar de utilizar de 70 a 80% da terra, água e combustíveis para uso agrícola, alimentam apenas 30% da população mundial", escreve Silvia Ribeiro, pesquisadora do Grupo ETC, em artigo publicado por La Jornada, 25-06-2020. A tradução é do Cepat. Essa pandemia causou a queda de muitos véus que ocultavam mecanismos perversos do sistema capitalista globalizado. Um dos véus que foi feito em pedaços, deixando descoberta uma fétida realidade, é o papel do sistema agroindustrial de alimentos, o principal fator na produção de epidemias nas últimas décadas. A criação industrial de animais em confinamento (aves, porcos, gado) é uma verdadeira fábrica de epidemias animais e humanas. Grandes concentrações de animais, confinados, geneticamente uniformes, com sistemas imunológicos debilitados, aos quais são continuamente administrados antibióticos. Razão pela qual, segundo a OMS, é a principal causa da geração de resistência a antibióticos em escala global. Um terreno fértil perfeito para produzir mais mutações letais de vírus e bactérias multirresistentes a antibióticos, que com os tratados de livre comércio se distribuem por todo o globo. O biólogo Rob Wallace, autor do livro Big farms make big flu, documenta esse processo analisando surtos de novos vírus de origem animal, gripe aviária e suína, Ebola, Zika, HIV e outros. Grande parte se originou em criadouros, outros em animais selvagens, como o novo coronavírus que vem dos morcegos. (...)]

21-6-2020 - Revista Globo Rural & Covid-19 acende alerta mundial sobre produção e consumo de alimentos de origem animal [Especialistas são unânimes em dizer que as pessoas ficarão cada vez mais exigentes em relação à segurança sanitária dos produtos.A tormenta causada pelo novo coronavírus mudou o mundo repentinamente e, após o caos, um fato é dado como certo: as pessoas ao redor do planeta deverão adotar novos hábitos de consumo. E isso impactará a produção de alimentos, como já ocorreu durante a crise, quando as medidas restritivas impostas para conter o avanço da pandemia infectaram importantes canais de consumo do agro.Os especialistas são unânimes sobre o cenário pós-Covid-19: o mundo ficará mais cuidadoso com o que come, principalmente com as carnes. A demanda por informações sobre as condições sanitárias em que foi produzida a proteína animal tende a ocorrer até mesmo na China, principal cliente do mundo e epicentro da crise mais recente. (...)]

30-5-2020 - South China Morning Post & The next pandemic might come from a factory farm in China or the US. Is the world prepared? [Modern intensive farming could well be a cause of future pandemics. As the world’s appetite for meat grows, the food industry is contributing to the overuse of antibiotics, and turbocharging the spread of antibiotic-resistant diseases. It should come as no surprise that a burger-lover like President Donald Trump has declared the United States’ crisis-hit meat industry as "critical infrastructure". More than 10,000 workers at 170 meatpacking plants have fallen victim to Covid-19, and many plants have temporarily shut. The meat giant Tyson Foods has warned that the US "food supply chain is breaking". But as the global pandemic puts in jeopardy America’s supply of steaks and burgers, those iconic American dietary birthrights, so Trump’s meat industry crisis might, for many in the world, be a welcome warning of the fundamental unsustainability of the meat industry worldwide.While the Covid-19 pandemic may have been linked to a squalid wildlife and seafood market in Wuhan, in central China, we should not forget that the 1918 Spanish flu pandemic is thought to have originated in pig farms. Modern intensive farming is less a victim of the present global pandemic than the likely cause of future pandemics. And, as concentrated animal feeding operations at the heart of modern intensive farming play a critical role in the propagation of zoonotic diseases – those spread from animals to humans – perhaps even more important is their role in the mass consumption of antibiotics, which has turbocharged the spread of diseases that are now resistant to antibiotics. Humans today consume less than a quarter of all the antibiotics produced and sold. Over three-quarters are produced for the meat industry, in particular in China, the US and Brazil, for two main reasons: for metaphylaxis, to enable farm animals to survive their brief but drab lives in industry-scale farms; and to fatten them up faster, so they can reach slaughter weight more quickly and profitably. (...)]

22-5-2020 - UOL & O sistema alimentar mundial está doente e a culpa não é da Covid-19... - Veja mais em https://tab.uol.com.br/colunas/ricardo-abramovay/2020/05/22/o-sistema-alimentar-mundial-esta-doente-e-a-culpa-nao-e-da-covid-19.htm?cmpid=copiaecola

22-5-2020 - Editora Elefante [Publicado no UOL Tab] & O sistema alimentar mundial está doente [A criação de animais em grande escala guarda as características mais marcantes da era industrial, no qual conhecimento, inteligência e informação em nada contribuem para reduzir sua inflexibilidade, o que o torna especialmente suscetível a crises como a que estamos vivendo. Metade dos 25 condados com maior incidência per capita de contaminação por Sars-Cov-2 nos EUA são dominados por grandes unidades de abate e processamento de carne de gado, de porcos e de aves. O setor já tinha um passivo de dez mil infectados e trinta mortos até o início de maio. Cerca de trezentos inspetores federais contraíram a doença até meados de maio. Trinta plantas suspenderam as operações no país. Dez milhões de aves já foram abatidas por afogamento, tiros ou produtos tóxicos. Um quarto da capacidade norte-americana de abate e processamento de porcos já fechou. Em diversas cidades da maior potência agrícola do mundo, falta carne nos supermercados. O desperdício e o trauma seriam dificilmente imagináveis algumas semanas atrás. Mas a destruição não atinge apenas os EUA. Só num grande frigorífico do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, 205 trabalhadores (quase todos romenos, búlgaros ou poloneses) estão contaminados. Na França os frigoríficos também se tornaram focos de propagação da pandemia. E no Brasil? No início desta semana, auditores fiscais do trabalho interditaram uma unidade de processamento da JBS em Ipumirim, em Santa Catarina: há informações de que 5% dos 1.500 funcionários trabalhando naquela unidade tiveram resultado positivo para a doença. No Rio Grande do Sul, já há 495 casos confirmados e, como os trabalhadores muitas vezes não moram próximo aos frigoríficos, a contaminação já atinge dezesseis municípios. É claro que em todo o mundo, e no Brasil não é diferente, as empresas se apressam em adotar medidas mitigadoras, na tentativa de cumprir as legislações locais e evitar a disseminação da doença. (...)]

12-5-2020 - Impakter & A Pandemic-Free Future Means No Industrial Animal Agriculture [COVID-19, unseen, all-powerful, the taker of lives, ignoring geographical boundaries, has been the creator of much moral discomfort. And forces us to think outside the box, to review everything we thought we knew, even mundane activities, like animal agriculture. Ideally, can we prevent pandemics at the source? One of the benefits of lockdowns, enforced isolation, and staying at home, has been the opportunity it has given many of us to do considerable thinking – lots of it. We are no longer the apex predator we thought we were, and with that uncomfortable realization comes the need for soul-searching and visionary forward planning. (...)]

9-5-2020 - Independent & Coronavirus: Industrial animal farming has caused most new infectious diseases and risks more pandemics, experts warn [Exclusive: 'Zoonoses often take that route... and the more you have of a thing, the more that thing is going to be the likely conveyor,' says UN environment chief. Industrial animal farming has caused most new infectious diseases in humans in the past decade – and risks starting new pandemics as animal markets have done, experts are warning. Experts from both the UN and the European Food Safety Authority (EFSA) have pinpointed animals or food of animal origin as a starting point for emerging diseases, such as Covid-19, which has killed more than 270,000 people worldwide. And a separate report has cautioned that replacing Asia’s open-air slaughter markets with factory farming for meat would create similarly dangerous conditions for highly virulent flu strains to breed. Valentina Rizzi, an expert in disease at the EFSA, said: "The diseases transmitted directly or indirectly from animals – including livestock – to humans are called zoonoses. A big proportion of all infectious diseases in humans are originating from animals, and more specifically the majority of emerging new infection in humans in the last 10 years really come from animals or food of animal origin." (...)]

1-5-2020 - Food & Water Watch & The Next Pandemic Could Easily Come From Our Factory Farms [As people point fingers at the dangers of "wet markets," it's easy to overlook the closer to home problem of factory farms. Our next zoonotic pandemic could easily come from a factory farm. As the new coronavirus escalated into a pandemic, it became important to pinpoint its origin. Headlines circulated at the beginning of the outbreak, pointing to "wet markets" in China as the potential source of the outbreak. While attention turned abroad, a more sinister disease incubator remains right here at home: factory farms. (...)]

30-4-2020 - MOV Show & DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ANIMAIS: A CAUSA DO NOVO CORONAVÍRUS? | SCHWARZA NA MOV [A ciência nos diz que muitas das epidemias que a humanidade já viveu estão diretamente ligadas com animais selvagens. Mas você sabe por que isso acontece? Puxa a cadeira e dá o play, Mover, porque tá na hora da aula com o Schwarza!]

20-4-2020 - The Guardian & We have to wake up: factory farms are breeding grounds for pandemics [It can feel wrong, or simply impossible, to focus on anything other than getting through this most challenging moment. It is reasonable to argue that since lessons will not reduce our immediate suffering, we should learn them once we’re through this. But the vulnerability that makes the present so painful is exactly why some discussions cannot wait. The suffering we stand to reduce or increase by the threads of action that we begin to unwind now could be magnitudes of what we’re currently experiencing. Imagine that while your country practised social distancing, your neighbouring country responded to Covid-19 by packing citizens into gymnasiums by the tens of thousands. Imagine if, in addition, they instituted genetic and pharmaceutical interventions that helped their citizens maintain productivity under such adverse conditions, even though this had the unfortunate side effect of devastating their immune systems. And to complete this dystopian vision, imagine if your neighbours simultaneously reduced their number of doctors tenfold. Such actions would radically increase death rates not only within their country, but yours. Pathogens do not respect national boundaries. They are not Spanish or Chinese. (...)]

13-4-2020 - Time & We Need to Rethink Our Food System to Prevent the Next Pandemic [Once a dangerous new pathogen is out, as we are seeing, it can be difficult if not impossible to prevent it going global. One as contagious as SARS-CoV-2 has the potential to infect the whole of humanity. Eighty per cent of cases may be benign, but with such a large pool of susceptible hosts, the numbers who experience severe illness and die can still be shockingly high. So the only sensible answer to the question, how do we stop this from happening again, is: by doing all we can to prevent such pathogens infecting humans in the first place. And that means taking a long, hard look at our relationship with the natural world, and particularly with the animals that sustain us. (...)]

6-4-2020 - Rede Brasil Atual & O que o agronegócio e a produção de alimentos têm a ver com a covid-19? [Segundo especialistas, modelo de produção espalha vírus selvagens mortais para organismos adoecidos por alimentos cheios de açúcares, gorduras e agrotóxicos. A pandemia global da covid-19 ultrapassou o número de 1,26 bilhão de pessoas contaminadas e fez o número de mortos passar de 68 mil neste domingo (5), de acordo com o observatório da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Segundo a instituição – que tem sido a principal referência mundial sobre a doença no mundo, só no Brasil já eram 460 as vítimas fatais, com os infectados passando da casa dos 11 mil. A ciência quer saber mais sobre o mecanismo pelo qual esse coronavírus – um entre tantos a infectar morcegos no mundo todo – chegou aos humanos, causando tamanha crise sanitária internacional. Uma das hipóteses é de que teria sido pelo contato humano com saliva e fezes do mamífero nas matas. Uma coisa é certa: o encolhimento das florestas naturais tem colocado a humanidade cada vez mais em contato com patógenos causadores de zoonoses. Só que no organismo humano as manifestações têm sido mais graves. Haja vista a raiva, o Ebola e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) que vitimou a China em 2000 – todas decorrentes de algum agente que infecta outros mamíferos. (...)]

2-3-2020 - Brasil de Fato & Coronavírus, agronegócio e estado de exceção, por Silvia Ribeiro [Para a pesquisadora, discurso sobre a epidemia oculta a criação de animais em regime industrial como uma de suas causas. Muito se diz sobre o coronavírus Covid-19 e, no entanto, também se diz muito pouco. Existem aspectos fundamentais que permanecem à sombra. Quero nomear alguns deles, diferentes mas complementares. O primeiro se refere ao mecanismo perverso do capitalismo, de esconder as verdadeiras causas dos problemas para não agir contra elas e não afetar seus interesses, mas, ao mesmo tempo, fazer negócio com a aparente cura dos sintomas. Enquanto isso, os Estados gastam enormes quantidades de recursos públicos em medidas de prevenção, contenção e tratamento, que tampouco atuam para combater as causas, e então esta forma de enfrentar os problemas se transforma em um negócio para as transnacionais que fabricam vacinas e medicamentos, por exemplo. Os vírus e bactérias são mencionados como se fossem exclusivamente organismos nocivos que deveriam ser eliminados. Privilegia-se um enfoque de guerra, como em tantos outros aspectos da relação do capitalismo com a natureza. No entanto, devido à sua capacidade de passar de uma espécie a outra, os vírus e bactérias são parte fundamental da coevolução e adaptação de seres vivos, assim como do equilíbrio com o meio ambiente e a saúde, incluindo os humanos. (...)]