Por Rudmar Luiz Pereira dos Santos*

 

Os ataques que a Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR) sofreu ao longo dos últimos anos de uma notória ala inconsequente cobra hoje um salgado preço: você que é fiscal agropecuário com consciência crítica deve enxergar em cada um que assim agiu-age como aliado dos "patrões" e verdadeiro inimigo da carreira própria e da sua valorização profissional com justiça salarial.

É preciso que o fiscal agropecuário deste estado com consciência crítica reflita sobre a prejudicial ação-influência de notórios bajuladores que militam-espalham propaganda-ilusões em benefício dos "patrões" e de uma irreal "defesa 1º mundo” (assim enxergada e vendida por uma gestão governamental que até agora não foi capaz de materializar no contracheque plena valorização profissional com justiça salarial) nos famosos "grupos de discussão" onde os de campo, tapeados com um 4º "PL de aumento da carochinha", iludem-se e pacificam-se; é preciso também uma responsável e profunda reflexão sobre o manjado modus operandi do sindicalismo em curso, que se reitera em cada movimento que é perdido contra "governos".

Desde 2015, perdemos todas as lutas contra o desmonte do serviço público e essas derrotas implicam em seríssimas consequências. Esse sindicalismo, já que parece ter dificuldade de conscientizar e organizar suas bases, recorre para medidas que não resolvem muita coisa, como “protesto” (com cartazes confeccionados às pressas) em frente do trabalho.

Quem, de novo, enfrentou sozinha todas as feras foi o sindicalismo que congrega a categoria dos professores e educadores!

Nossa carreira própria, que deveria ser respeitada e preservada, pois somente ela mantém viva a chance, por mais mínima que ela seja, de um dia sermos tratados com um mínimo de dignidade, civilidade e respeito, está sendo destruída, desmoralizada, vilipendiada, por certos segmentos que apresentam como "nossos representantes", porém, sem a responsabilidade que é exigida, sem a necessária organização, sem experiência, como se viu na "convocação por 'ofício'" feita às pressas de mais uma incipiente "greve de 1 dia". O que ista "medida" acrescentou em favor da categoria? Exceto seu fracasso, nada! Esse tipo de medida só expõe a categoria dos fiscais agropecuários, para o gosto dos "patrões", ao ridículo e explicita à vista de todos o quanto a nossa categoria encontra-se muito deficitária em virtudes como união, organização, informação e capacidade de materializar uma reação contundente.

Puxar os sacos dos "patrões", do "governo", de irreal "defesa 1º mundo", jamais trará qualquer dignidade, respeito, valorização e justiça salarial, muito pelo contrário, pois governos desprezam categorias dominadas, pacificadas e servis, pois eles não têm medo delas, pois sabem que são incapazes de qualquer reação que coloque em risco seus objetivos político-eleitorais.

Veja o exemplo que dá a fortíssima greve em curso dos fiscais agropecuários gaúchos e compare: verá o quanto a categoria daqui (desde 2012) tomou o rumo equivocado da regressão, degradação e involução.

Os ataques que a Afisa-PR sofreu ao longo dos últimos anos de um bando de inconsequentes cobra hoje um salgado preço: você que é fiscal agropecuário com consciência crítica deve enxergar em cada um que assim agiu-age como aliado dos "patrões" e verdadeiro inimigo da carreira própria e da sua valorização profissional com justiça salarial.

E, depois de tanto desrespeito contra sua própria associação de classe, não existem mais os meios humanos para reconstruir o que foi irresponsavelmente destruído; não existe mais uma maioria orgânica para trabalhar nessa reconstrução.

Nem por isso, esta Afisa-PR irá se calar. Nesse ponto a ninguém é lícito que se cale.

 

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* Presidente da Afisa-PR durante e quadriênio 2019/2022