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O agrotóxico clorotalonil no Paraná

Devido sua nocividade à saúde das pessoas, aos animais e ao meio ambiente, a União Europeia (UE) proibiu o agrotóxico clorotalonil1 em seus domínios; não obstante, em detrimento da saúde da população, o governo Ratinho Junior mantém 38 cadastros que autorizam o comércio e uso de 38 marcas comerciais de agrotóxicos  que contém em suas formulações ingrediente ativo clorotalonil

  

No final de março de 2019, a Directorate-General for Health and Food Safety (DG Sante) da Comissão Europeia, responsável pela saúde e segurança alimentar na União Europeia (UE), decidiu pela não renovação do registro do agrotóxico fungicida clorotalonil1 . Em consequência, no final de abril do ano passado, a UE proibiu o agrotóxico clorotalonil em seus domínios e que eventual "prazo de tolerância" não pode ultrapassar o próximo dia 20 de maio.

 

 

Essa proibição ocorre, entre outros problemas, devido à "preocupação grave em relação à contaminação das águas subterrâneas por metabólitos do clorotalonil", pois para o agrotóxico clorotalonil, em todos os "cenários pertinentes para todas as utilizações propostas", prevê-se que seus "metabolitos R417888, R419492, R471811, SYN507900, M3, M11, M2, M7 e M10 ocorram acima do valor paramétrico de 0,1 μg/l". Desta forma, "não é possível estabelecer atualmente que a presença de metabolitos do clorotalonil nas águas subterrâneas não terá efeitos inaceitáveis nessas águas nem efeitos nocivos na saúde humana".

Além da grave preocupação com relação à contaminação das águas subterrâneas pelos metabólitos do agrotóxico clorotalonil, segundo a DG Sante, não se "pôde excluir uma preocupação relativa à genotoxicidade dos resíduos" do agrotóxico clorotalonil aos quais os consumidores serão expostos e identificou um risco elevado para os anfíbios e peixes "para todas as utilizações avaliadas".

Além disso, no âmbito do processo para concessão de registro para o agrotóxico clorotalonil, "várias áreas da avaliação dos riscos não puderam ser concluídas devido à insuficiência de dados", em especial, "a avaliação do risco para os consumidores decorrente da exposição por via alimentar não pôde ser finalizada devido à falta de dados que confirmem a definição do resíduo em vegetais e a avaliação da exposição dos animais, incluindo a avaliação toxicológica de um metabolito" do derivado do clorotalonil.

Adicionalmente, o agrotóxico clorotalonil é "classificado como cancerígeno da categoria 2", em conformidade com o Regulamento (CE) 1272/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, enquanto nas conclusões da Comissão Europeia é indicado que este agrotóxico "deve ser classificado como cancerígeno da categoria 1B".

Para as utilizações representativas consideradas, "os níveis dos resíduos referidos" na regulamentação europeia, "não puderam ser confirmados para os produtos vegetais e animais devido à falta de dados sobre a magnitude e toxicidade dos metabolitos incluídos na definição do resíduo para a avaliação dos riscos". Por conseguinte, não foi "satisfeito o requisito estabelecido" na regulamentação europeia. 

A Comissão Europeia, à época da sua revisão, convidou os fabricantes do agrotóxico clorotalonil para que apresentassem "os seus comentários" sobre suas conclusões. Os fabricantes encaminharam suas considerações, as quais foram "objeto de uma análise atenta", todavia, "apesar dos argumentos apresentados" pelos fabricantes, "não foi possível dissipar as preocupações relativas" ao agrotóxico clorotalonil.

 

Agrotóxico clorotalonil: um velho conhecido

Segundo a notícia EU bans UK's most-used pesticide over health and environment fears (por Damian Carrington) do The Guardian de 29 de março de 2019, desde 1964 o agrotóxico clorotalonil é usado em todo o mundo1. A proibição da UE foi considerada "excessivamente preventiva" por parte dos agriculturores europeus. Porém, os Estados-membros da UE votaram pela sua proibição depois que uma revisão da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, sigla em inglês) "não conseguiu excluir a possibilidade de que metabólitos" do agrotóxico clorotalonil causassem "danos ao DNA" das pessoas. Segundo o The Guardian, a revisão da EFSA também definiu que o agrotóxico clorotalonil mostrou "um alto risco para anfíbios e peixes para todos os seus representativos usos".

Adicionalmente, recentes pesquisas "identificaram que o agrotóxico clorotalonil e outros fungicidas" constituem um forte fator associado ao "acentuado declínio das abelhas". Uma porta-voz da Comissão Europeia disse que o banimento do clorotalonil foi "baseado na avaliação científica da EFSA, que concluiu que os critérios de aprovação não parecem que são satisfeitos por uma ampla gama de motivos" e que "grandes preocupações são levantadas em relação à contaminação das águas subterrâneas pelos metabólitos" desse agrotóxico.

 

 

 

 

Água potável de pelo menos um terço dos cantões da Suíça está contaminada pelo clorotalonil

Segundo a notícia Banned pesticide found in Swiss drinking water do SWI de 6 de fevereiro de 2020, os agricultores suíços usaram 2.025 toneladas de agrotóxicos em 2017. Destes, 2%, ou 45 toneladas, continham em suas formulações comerciais o ingrediente ativo clorotalonil. Em decorrência, a água potável em "pelo menos um terço dos 26 cantões da Suíça, principalmente na parte central do país, contém níveis" de resíduos "acima do recomendado" para o agrotóxico clorotalonil.  

Segundo a SWI, o Escritório Federal do Meio Ambiente (FOEN, sigla em inglês) da Suíça, informou que "os resíduos de agrotóxico clorotalonil na água potável excederam os níveis aprovados por um fator de dez 'em determinados locais'". O FOEN tinha estabelecido um "limite máximo" para os metabólitos do agrotóxico clorotalonil na água potável de 0,1 microgramas por litro. 

Ainda, segundo a SWI, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o agrotóxico clorotalonil "é especialmente tóxico para peixes e invertebrados aquáticos" e que a "exposição a ele pode causar danos nos rins e no estômago, incluindo tumores em animais de laboratório".

 

Governo Ratinho Junior mantém cadastros que liberam o comércio e uso de 38 agrotóxicos à base de clorotalonil

Não obstante, os europeus terem descoberto que os metabólitos do agrotóxico clorotalonil, em todos os cenários de utilização, poluem as águas subterrâneas; que há preocupação relativa à genotoxidade de seus resíduos para a população; do seu risco ambiental elevado para os anfíbios e para os peixes; que este agrotóxico é  classificado pelos regulamentos da UE como cancerígeno; que há falta de dados sobre a magnitude e toxicidade dos metabólicos incluídos na definição do resíduo para avaliação dos riscos e sua toxicidade para as abelhas, o governo de Ratinho Junior, com base na Lista de agrotóxicos aptos para comércio e uso no Paraná de 6 de março de 2020, mantém cadastros que liberam o comércio e uso de 38 marcas comerciais de agrotóxicos com formulações que contém o princípio ativo clorotalonil, a saber: Absoluto SC, Absoluto 500 SC, Aderis, Bravonil 500, Bravonil 720, Bravonil Ultrex, Brisa WG, Cerconil, Cerconil P, Cleaner Xtra, Clenil Xtra, Cuprodil WG, Dacobre WP, Daconil BR, Daconil WG, Daconil 500, Dacostar 500, Echo, Echo WG, Fezan Gold, Forum Plus, Funginil, Glider 720 SC, Ichiban, Isatalonil, Isatalonil 500 SC, Nillus, Pilarich, Prevenil, Revus Opti, Ridomil Gold Bravo, Safenith, Tiofanil, Totalit, Vincitore WG, Vindra 425 SC, Wiper Xtra e Zetanil.

 

 

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1 Com monografia C18 autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para as culturas de abóbora, abobrinha, alface, amendoim, arroz, aveia, banana, batata, berinjela, café, cebola, cenoura, centeio, cevada, chuchu, citros, feijão, maçã, mamão, melancia, melão, milho, pepino, pimentão, repolho, soja, tomate, trigo, triticale, uva entre outras.

 

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2-4-2020 - Ministério Público Federal (MPF) & MPF impede deliberação da Anvisa sobre agrotóxico letal, sem fundamentos científicos, durante a pandemia da covid-19 [Ação do MPF impediu mudança de norma que proíbe o produto Paraquate no país. "Um pequeno gole de Paraquate pode matar, o Paraquate pode causar Mal de Parkinson e mutações genéticas. Evite ao máximo o contato com o produto". O agrotóxico Paraquate é utilizado na secagem do pé de soja, o que facilita a colheita. Ele é tão perigoso que, junto com o produto, há um termo que o comprador assina, em que assume os riscos do uso. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agendou a proibição do Paraquate em todo o país para 22 de setembro deste ano. Estarão proibidas a produção, a importação, a comercialização e a utilização de produtos técnicos e formulados à base do ingrediente ativo Paraquate. No entanto, a Anvisa tentou mudar a própria Resolução RDC n. 177/2017, que proibiu o Paraquate, e marcou reunião deliberativa para essa quarta-feira (31), com este objetivo. A minuta da proposta sequer foi divulgada no site da Anvisa, como é costume. A Procuradoria da República em Dourados (MS) acusou ilegalidade na tentativa, que só poderia ser realizada com a apresentação de "novas evidências científicas que excluam o potencial mutagênico do Paraquate em células germinativas", o que deveria ser comprovado com a apresentação de “estudos de mutagenicidade e estudos de biomonitoramento." (...)]

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